brasil: uma potência olímpica!

esperança. participação. bom resultado. é por causa de palavras e expressões desse naipe que o brasil continua sendo um lixo quando se trata de olimpíadas. fora o pouco apoio e condições precárias de treinamento que a maioria dos atletas do país têm, esse espírito de inferioridade e complacência com resultados medíocres também ajuda bastante a explicar porque o brasil se encontra em 31º no quadro de medalhas, atrás de super-potências olímpicas como azerbaijão, tailândia, zimbábue, cazaquistão, turquia e vietnã.

o atleta brasileiro é sempre "esperança" de medalha, nunca uma certeza ou uma grande chance. "participa" das provas, ao invés de competir. é assim que a imprensa rotula as coisas e depois comemora quando um campeão mundial se ferra e acaba com o bronze.

dois episódios me tiraram do sério esses dias. no primeiro, uma nadadora brasileira bastante jovem, da qual não se esperava nada, milagrosamente se classificou pra final de uma modalidade. era "zebra", diziam as manchetes. daí, na apresentação das competidoras na prova pela medalha, não lembro se na globo ou band, alguém comenta: ela tem chances reais de medalha!

ok, pára que eu quero descer! como alguém passa em menos de 24h de zebra para ter chances reais de medalha numa competição escrota como uma final olímpica? resultado: ficou em sétimo e o mesmo comentarista ou sei lá o quê disse que foi uma excelente... adivinhem? participação!

episódio dois. hoje pela manhã, o brasil ganhou mais um bronze no judô. super comemoração, confete e serpentina. aí me vira o imbecil do repórter da globo, ao vivo de pequim no bom dia brasil: estou ficando até mal acostumado! ontem eu interrompi o bom dia brasil pra mostrar os judocas ganhando a medalhe de bronze e hoje de novo!

great! um peixe para o brasil e suas 3 medalhas de bronze! é bem capaz de michael phelps sozinho ficar mais bem colocado do que o brasil ao fim dos jogos. aliás, é quase uma certeza!
e só pra deixar claro, não acho que ganhar uma medalha de bronze seja um feito desprovido de validade, principalmente pro atleta que foi lá se fuder em nome dessa porcaria de país. meu problema é essa abordagem de puta que se adota por aqui em relação à competição.

joão gilberto?

começou (e já acabou!) hoje pela manhã a venda dos ingressos para os shows de joão gilberto aqui em são paulo. seguindo a tendência dos preços absurdos, inteiras a r$ 360,00 e ingressos populares (num tal de "setor posterior", que só deus sabe o que é) do auditório do ibirapuera.

joão gilberto não é lá de fazer muitos shows, o que faz, na minha opinião, a escolha do autiório do ibirapuera péssima. o lugar é simplesmente pequeno demais (cerca de 800 lugares) pra atender à demanda que um show desses provoca numa cidade do tamanho de são paulo, mesmo com dois dias de apresentação.

em 50 minutos de tentativas de comprar o ingresso, que só era vendido pela internet ou telefone, dá pra imaginar quantas vezes tive que acionar as opções de voltar e recarregar do meu navegador, não? ao finalmente conseguir chegar na fase de escolher os ingressos, restavam somente inteiras não-populares, claro. 10 minutos depois, tudo esgotado.

o detalhe sórdido é que, enquanto aqui a inteira lhe rendia uma facada de r$ 360,00, no show dele no carnegie hall (ny) há algumas semanas atrás, eram cobrados 100 dólares, o que dá menos do que a meia entrada aqui...

eu tenho plena certeza de que pelo menos metade dos ingressos já estava reservada para socialites, famosos e/ou clientes barões do banco patrocinador, mas é isso aí, né? quem pode, pode, quem não pode, que da próxima vez pegue seu vôo pra ny (o que deve ser bem mais divertido, diga-se de passagem).